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Editorial

Editorial Março 2011


Controlar a solidão, aprender a amar e influenciar nossos genes

Tem meses que fico longamente a pensar sobre o assunto a ser tratado no editorial; em outros, como este, tem tanto assunto que nem sei qual escolher.
Então vou resumir os três mais interessantes. Recebi uma matéria de Ivan Martins, chamada "Solidão Contente", artigo muito bom, que nos chama a atenção para um dos grandes objetivos de nossa vida: aprender a viver só! A mulher sem dúvida convive melhor com a solidão, talvez porque uma de suas funções na vida seja aprender a fazer o serviço todo de casa. Ainda hoje na nossa sociedade a família pede é para a filha ajudar nos trabalhos domésticos, o que lhe dá certa independência; ela sabe cuidar de si, se vira sozinha. Eu já ouvi amigo dizer que tem ataque de pânico só de pensar que tem de passar uma camisa.

Outro fator obriga a mulher a se virar: algumas estatísticas dizem que 50% das mulheres estão sem companheiro, enquanto há homens se divertindo com 3 ou 4 mulheres, como já constatei. As mulheres têm enorme dificuldade em encontrar um homem que valha a pena, então passam a se ocupar com coisas que valorizam suas vidas. O ditado "antes só do que mal acompanhada" faz sentido quando falamos dessas mulheres que aprenderam a curtir suas vidas sem um homem, com as amigas, ocupando-se com atividades que trazem crescimento espiritual.

Existe, no entanto, uma grande diferença entre estar só e sentir solidão. Podemos estar sós, sem sentir solidão, sós mas cheias de uma paz que nos torna realizadas como seres filhos de Deus. Na verdade, estar só e contente é uma das grandes conquistas do ser humano: aprender a fazer a própria felicidade acontecer. Não esperar alguém vir resolver nossos problemas ou nos fazer felizes. Na verdade tenho de estar feliz comigo, para depois procurar alguém para dividir minha felicidade e não procurar alguém para preencher minhas necessidades.

Outro assunto que me deixou pensativa foi um filme chamado "Lua Nova". Eu não pegaria um filme desses normalmente, mas, véspera de feriado, chego na videolocadora e não tem nada, me sugerem "Lua Nova", o pessoal tem gostado, me disseram. Fiquei surpresa, pois gostei mesmo do filme e vi também o terceiro da série, que não me lembro do nome.

Vampiros, lobos e outras estranhas criaturas são os mocinhos do filme que lutam para ser bons, como nós fazemos todos os dias, mas a luta deles é outra: não agredir os seres humanos, escolhem dominar esses instintos, respeitando a vida e seus mortais semelhantes. Esta é também a nossa luta, vencer a cada momento nosso lado negativo, tanto no que se refere a pensamentos como atitudes. De alguma forma a autora procura nos inspirar com os seus personagens, a lutar pelo bem.

A outra coisa interessante é que um dos mocinhos, que pediu a mocinha em casamento, quer se casar com ela primeiro para depois ter sexo. Um valor hoje esquecido pelos nossos jovens, que se entregam sem pensar a relações sexuais das quais, muitas vezes, vem o filho indesejado, que passa a ser detestado pelo pai, que nunca quis que aquilo acontecesse, mas não usou a bendita camisinha para evitar o desenlace. A relação se transforma numa guerra, onde todos sofrem. Assim a autora também leva os jovens a questionarem sobre romance, sobre beijos roubados, desejos contidos, e uma espera que pode ser gratificante quando existe amor.

Finalizando, a terapia que aprendi na Europa chamada EFT, que é uma acupuntura sem agulha, com a ajuda da neurolinguística, está cada vez mais sendo estudada. Recebi um artigo sobre o Modelamento da Expressão Genética Através da Psicoterapia, de David Feinstein. O trabalho é interessantíssimo, pois fala de modificações feitas em nossos genes, que acontecem devido à influência do ambiente, do nosso comportamento. No artigo, citando diversas fontes, o autor alega que estas expressões ou manifestações dos genes podem ser controladas ou mudadas, ou seja, podemos fazer o gene do pânico adormecer e ficarmos livre dele, como eu fiquei.

Em um estudo feito pela Universidade de Harvard a respeito da meditação e influência sobre os genes, ficou comprovado que indivíduos que aprendiam a meditar conseguiam mudar a expressão de (pasmem!) 1.561 genes (DUSEK, et al., 2008), os quais, positivamente afetados, estavam relacionados com a regeneração celular e produção de antioxidantes.

Esses dados nos levam a pensar que nosso corpo e mente são extraordinários, pois em pequenos momentos em que nos desligamos de tudo, podemos fazer mudanças nestes níveis em nosso corpo e receber tantos benefícios. Não é à toa que já nos disseram que somos deuses, ainda que esquecidos de nossa origem divina.

São assuntos superinteressantes sobre os quais deveríamos refletir mais, buscar conhecê-los melhor. Se ao menos tirássemos um tempo para nossa espiritualidade, tão esquecida estes dias...

Termino falando de amor ou de perder um amor. Apesar de não ouvir rádio e não ver TV, de vez em quando um amigo me manda um vídeo. Recebi um de Alexandre Pires, chamado "Não Me Ame", uma parte da letra me deixou encantada: "– Não me ame com os pés na Terra... Não me ame para seguir sofrendo, cheio de arrependimento... E não pense que é para sempre só porque estamos juntos..."

Paz.

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